domingo, 1 de setembro de 2013
sábado, 4 de maio de 2013
Medo de envelhecer, quem não tem?
Depois dos trinta anos, os fios brancos começam a surgir. Teremos que
colorir o cabelo não por vontade própria e sim por obrigação. Aos quarenta
anos, lá vem os pés de galinha. Antes mesmo dos cinquenta anos você já estará
cheio de rugas, que parecerão horrorosas. Sente até vontade de ter aquelas
espinhas nojentas, só pra poder voltar à adolescência. Você não quer
envelhecer, mas também não quer morrer jovem.
Ninguém está preparado para uma morte precoce, causada por uma doença ou
uma fatalidade súbita. Então passe a admirar aqueles que envelheceram. Não é
pra franzir o cenho e ficar reparando nos defeitos que os tempos trazem aos
idosos. Porque trouxeram experiência e grandes realizações também, poxa. É
nessa idade que ninguém tá nem aí se você é bonito ou não, porque é velho. Ops, velho mesmo é o mundo e velha é a
estrada. Idosos são apenas gente vivida, experiente.
Quando envelhecer, aproveite! Mesmo com a artrite, a artrose, a
osteoporose, a tendinite e todas essas deficiências com o mesmo final… Não se
deixe abater. Dance devagarzinho, você terá o poder! Não vai precisar nem se
levantar pra beber um copo d’água, é só pedir. Mas seja bonzinho, nada de se
tornar rabugento a não ser que queira que os ingratos dos seus filhos te mandem
a um abrigo.
Quando estiver na casa dos setenta, renasça! Por ter chegado lá, você
será um guerreiro! Um sobrevivente no meio de tanto poluição, maus costumes e
bandidagem. Poderá voltar a ser criança sim, brincando com seus netos. Satisfazendo
os mimos deles, porque quando eles crescerem passarão por uma fase ferrada: a
adolescência. E depois os ensine a sobreviver como você sobreviveu, dando dicas
de como não pirar quando chegar à fase adulta onde tudo é trabalho e mais
trabalho.
Distribua sorrisos! Mesmo que seja um bem enrugado, afinal… Você estará
vivo! É uma dádiva, uma coisa pra comemorar sempre. Como se seu aniversário
fosse todos os dias. E quando chegar nessas datas, não esconda sua idade. Fale
na cara mesmo, não interessa o que os outros vão pensar. Quanto mais você se
preocupar, mais linhas de expressão, rugas e aqueles fios brancos vão aparecer.
Uma coisa é verdade... o ministério da felicidade adverte: “Se ame, porque
quanto mais você se amar, mais eu estarei perto de você”. De qualquer forma, a
verdade é que todo mundo quer chegar à velhice, mas ninguém quer ser velho.
— Nara May
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Viver é uma linha tênue para a loucura
Escrito em 28 de Abril de 2013.
Acredito que o mundo tem
várias funções. Dentre elas, tentar te deixar maluco. E como a vida já é não muito
boa das ideias, basta um pulo e de pessoa calma você se torna um paranoico.
Ligue a televisão. O que você
vê? Várias empresas tentando te provar que aquele produto, site, loja – seja lá
o que for – é algo para se ter. A melhor coisa que você já viu em sua vida. Se
você não consegue discernir o que serve e o que não serve... Sabe o que
acontece, né? Você pira.
As benditas redes sociais...
Nossa, essas espalham tudo. Ontem eu estava buscando preços acessíveis de
livros em uma página e daqui a pouco outra página me redireciona para um site
em que uma mulher foi decapitada. Essa página me faz voltar ao Facebook e por
culpa da minha curiosidade assistir o vídeo. Só para no fim eu pensar: “Por que
eu assisti essa droga? Não acrescentou nada na minha vida”. E dormir com a mão
no pescoço, afinal, imagens assim me traumatizam. Faltou pouco para a loucura.
Nem preciso explicar direito, né.
O colégio... Nossa, o colégio
foi feito para estudar. Mas todos sabem, tem gente que vai fazer tudo lá...
Exceto estudar. Alguns querem lançar tendências, outros humilham o colega mais
próximo gratuitamente. Há também os quebradores de portas de banheiros, sempre
causando confusão – isso porque quase nunca descobrem o culpado pelo
vandalismo. Então, chega a seguinte reflexão: “O que se deve fazer nesse lugar,
hein”? Um descuido e repentinamente você
se encontra ruim da cabeça.
E o fato de viver? Esse já
basta. Quando você diz: “Sou feliz por estar acima do peso, gosto da minha
religião, quero ter tal profissão, meu ritmo musical favorito é esse”... Ah, um
indivíduo chega e quer arrancar todas as suas crenças e gostos. Diz que você
precisa emagrecer, que a religião dele – uma diferente da sua – é a única que
vai te salvar, que não deve pensar em exercer tal profissão para não passar
fome, que as músicas que você escuta são um lixo.
Há mil e um motivos que são
capazes de te arrancar da “sã consciência” para a “loucura total”. Agora, porque nem todos são loucos? Parece
uma resposta difícil, mas não é. É que de vez em quando ou de vez em sempre uma
parte da população mundial não se importa com o pensamento alheio, muito menos
com a opinião alheia. É o fato de não se importar, que diminuiu as chances da
loucura.
Quem não se importa com o que
não lhe interessa, diz “olá” para a felicidade todos os dias. Pena que a
maioria não sabe disso e quando sabe... Não exercita a autoconfiança.
Manicômios ficariam menos lotados. O número de depressivos diminuiria
gradativamente. E “uh lá lá”, todos seriam mais felizes.
— Nara May
Sim,existem outras saídas!
Eu vou provar para vocês que
existe solução para tudo.
Está sozinho? É um jovem carente porque nenhum
adolescente quer ser seu amigo? Pois bem. Se não dá pra fazer amizade com os
novos, faça com os velhos. Se o vestido que você ia à festa está sujo ou
apertado, ponha uma clássica calça jeans com uma blusa que você adora. Se não
sabe o que vestir para uma ocasião, recorra ao pretinho básico. Se você foi
traído pela pessoa que você ama, é simples. Não, não é pra traí-la de volta. Só
dê um jeito de parar de chorar e demonstre a pessoa que pode ser amado, que não
é digno de ser traído. Se está irritado e quer relaxar, não precisa do vício do
cigarro. Ou vocês não conhecem barra de chocolate, chiclete de menta e sorvete?
Se estiver nervoso, vai pescar. Vai à farmácia comprar um sonífero, enche o
travesseiro de pancada, mas não convença as pessoas de que fuma por causa
disso. Há recursos demais para aplacar a dor, então cigarro só é necessário
para passar a impressão de que é sexy.
De resto, só serve pra câncer de pulmão.
Solução para não se cortar existe também...
Não se corte. Vai chorar no quarto, vai arranjar algo pra fazer. Eu não acho
útil sofrer, ir ao banheiro e criar um monte de cicatrizes em mim. Porque de
dor, já basta a dor que vem de dentro. De cicatrizes, já basta as internas. Acumular
mais sofrimento fisicamente é um passo para o suicídio.
Tem solução para o medo, é
claro. Quando sentir medo de algo, não se esconda. Pelo contrário. Fique junto
do seu medo. Se não pode vencê-lo, fique perto dele. A união transforma o medo
em força, não apenas em açúcar.
Se
o chinelo arrebentou no meio da rua, você tem duas opções. Que legal, né? Ou
fica descalço e volta para casa ou liga pra mamãe e pede pra ela trazer um
chinelo para você. É aí que ela poderá provar o amor maternal. Amor de quem
cuida.
Se levar um tombo gigantesco no colégio e de
repente geral está rindo de você, –
principalmente seus inimigos – ria junto com eles. É assim que você deve agir
toda vez que fracassar em algo. Toda vez que se der mal em alguma coisa. Rir. Sorrir.
Não esquecer de que o tempo leva tudo. Mas não leva só a sua juventude. Leva
também as mágoas acumuladas.
E novamente, se não pode com
seus inimigos, junte-se a eles. Essas e muitas outras soluções você pode
encontrar... Vivendo. Vivendo e
aprendendo. Mas sabe qual é o maior erro de vocês? Não tentar. Estar diante de
uma situação ruim e ao invés de tentar consertá-la se contentar com aquilo!
Não,
pô! Ser humano foi feito para sofrer e dar a volta por cima. Não para ficar
estacionado no fracasso eternamente. Por
isso tentem, e parem com os cortes, com as drogas... Com revoltas que não
ajudam em nada. Solução mesmo, só não existe para a morte.
— Nara May
domingo, 28 de abril de 2013
Ligando para a farmácia:
– Alô? Alô? É da farmácia?
– É sim, pode falar.
– Legal! Qual remédio vocês tem aí pra mim? Eu sou meio doida, sabe? Mas também sou muito politicamente correta! Não sou bipolar, mas mudo de humor toda hora. Odeio tomate, mas gosto de catchup.
– Não entendi muito bem, senhora.
– Tá, resumindo... Eu quero um remédio que cure tudo. Que cure dor de amor, dor de cabeça. Mas tem que ser com gosto de morango, sabe? Senão vou vomitar. Ei, tá me ouvindo? Alô, alô?
A ligação caiu.
– É, acho que não existe remédio pra mim. Ferrou.
— Nara May
Se você pretende partir, saiba que ao voltar, poucos sentiram a sua falta
Há momentos em que você
precisa ir. Dias em que você não vê os seus amigos porque está doente. Ou sei
lá, teve que estudar para o vestibular e mal pode colocar a cara fora de casa.
E é aí que você deve estar preparado. Porque o ser humano tende a ser
incompreensivo e egoísta, sabe?
A maioria das pessoas que
você conhece, não vão te procurar nunca. Amam ser perseguidos, odeiam correr
atrás até de quem dizem amar. Não vão querer ter notícias de você. No máximo
vão saber algo de qualquer um ou fuçar suas redes sociais rapidamente. E por
mais hipócrita que pareça, muitos aos observarem que você voltou te tratarão
com frieza. Chamarão sua atenção e dirão que você é o Judas da era moderna,
quando é apenas... Um ser com qualidades e defeitos.
Eu sei, isso é triste. Para
completar, os mesmos atuarão perfeitamente bem. Sério. Uma demonstração falsa
de que a vida deles não tem problemas, só para te afetar.
As coisas mudam muito rápido.
Mas deixe estar. A minoria, de agora em diante, será de grande importância. Os
verdadeiros amigos, por exemplo, irão agir de forma realmente boa. Como se a
distância fosse um teste passageiro. Não importa se no fim, sobrou apenas um
para contar história. Quantidade não é qualidade.
A parábola do filho pródigo
nos ajuda a entender que se amamos alguém de verdade, a pessoa pode ir a Marte
e retornar mil anos depois. Ainda assim, esse amor existirá. Se o certo fosse
esquecer e julgar, devido ao sumiço de alguém... Ninguém sentiria falta de um
ente querido que partiu eternamente.
Alguns dizem que quem se
ausenta... Deixa de fazer falta. Mas pare para pensar: se a pessoa mais
importante da sua vida morresse hoje, você acha que daqui a um mês iria
esquecê-la? Não. Você esqueceu seu primeiro amor? Não, né? Fim de papo.
— Nara May
Protagonizando uma vida inteira
Eu sou a minha própria
salvação. O meu próprio alicerce. Eu curo a minha nostalgia com o amanhã. Seco
as lágrimas do meu rosto com os meus dedos. Ninguém pega um lencinho e as seca
por mim. Ninguém me dá dicas de como matar a saudade alojada na alma.
Sou uma heroína de mim mesma. Salvo a minha
pátria. Levo um arranhão da tristeza, um tapa da melancolia e um golpe forte da
dor. Depois, busco forças para me regenerar usando o meu eu interior. Venço os
vilões e sou aplaudida de pé. Por mim mesma, é claro. Não reconhecem os meus
esforços.
Eu me namoro todos os dias. Me presenteio com
autoestima quando o meu humor colabora.
Caso contrário, discuto o relacionamento, pensando em como tornar esse namoro
eterno.
Eu não peço mais ombro amigo de ninguém. No
máximo um conselho. Meu antídoto para todos os males é a esperança. De virar o
jogo, de sair da zona de rebaixamento e ser campeã.
Tenho personalidade
solitária. Gosto de conversar, de fazer e preservar as minhas amizades. Mas
sendo estranho ou não, gosto mais ainda de me trancar no quarto. De deitar de
bruços na cama e refletir sobre os erros que cometi. De sentar no computador e
dar brilho as minhas ideias, digitando-as num editor de texto.
Tenho mil e uma
características que chegam a um veredicto final bem óbvio: a independência. Por
mais que eu seja carente e goste de ser mimada até enjoar, costumo resolver
meus problemas sozinha. Sem ferramentas. Claro, Deus me incentiva lá de cima a
continuar respirando. Contudo, eu sei muito bem de que nada adianta um
incentivo se não há coragem para superar. E é por isso que bato no peito e
digo: “se hoje vivo, se ainda não perdi a fé, é porque me ajudei a todo
instante”. Enquanto o desgosto cavava um buraco bem fundo com a intenção de
maltratar, eu pegava terra com as mãos e cobria na tentativa de fazer esse
rombo sumir. Eu lutava contra o meu pior inimigo – a descrença – e no fim
deixava o desgosto cansado de tanto me ferir.
Antes, era feita de marionete. Hoje, faço
pior. Ignoro, como se um ser inanimado estivesse na minha frente. Posso me
definir com indefinível, posso pegar tudo o que escrevi e tirar uma conclusão:
a de que eu não faço sentido. De que sou um ser único, que mistura a bondade
com o que é desagradável. Uma vitamina, um treco misturado e bizarro, mas que
dá pra engolir.
— Nara May
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